sexta-feira, 30 de junho de 2017

Por que a Igreja faz a opção pelos pobres?







Segundo Papa Francisco, “a atenção pelos pobres está no Evangelho, não é uma invenção do comunismo”

O Papa Francisco, sempre que lhe é perguntado, reforça a opção pelos pobres, na ação da Igreja, e recusa veementemente qualquer colagem do seu pontificado ao comunismo. “A atenção pelos pobres está no Evangelho, não é uma invenção do comunismo”, declara a todos os jornalistas.
No livro intitulado ‘Papa Francisco. Esta economia mata’, publicação dedicada ao magistério social do pontífice argentino, o Papa sublinha que “a atenção pelos pobres” faz parte da tradição da Igreja e que “é preciso não a ideologizar”, porque tem a sua origem documentada “nos primeiros séculos do Cristianismo”.
“Quando a Igreja convida a superar a globalização da indiferença, está longe de qualquer interesse político ou de qualquer ideologia”, exemplifica Francisco, ao criticar uma globalização que, apesar de ter ajudado muitos pessoas a superar a pobreza, condena “muitas outras a morrer de fome”, provocando um aumento das desigualdades e negando a dignidade do ser humano.
“A cultura do descarte leva a recusar as crianças, também com o aborto”, alerta.
O Papa retoma as preocupações com a “eutanásia escondida dos idosos que são abandonados” e com os altos índices de desemprego juvenil, deixando uma pergunta: “Qual será o próximo descarte?”.
Para Francisco, é essencial “parar” e deixar de considerar a atual situação como “irreversível”, procurando colocar no centro da Economia “o homem e o seu bem, não o dinheiro”. “Sem uma solução para os problemas dos pobres, não resolveremos os problemas do mundo”, sustenta.
Neste sentido, o pontífice argentino contesta uma “autonomia absoluta” dos mercados e da especulação, que contraria a necessidade de “resolver as causas estruturais da pobreza”. Em conclusão, Francisco recorda que o Evangelho “não condena os ricos, mas a idolatria da riqueza, que os torna insensíveis aos gritos dos pobres”, pelo que considera o ‘pauperismo’ como “uma caricatura do Evangelho e da própria pobreza”.
Os católicos, defende, são chamados a “cuidar do próximo, de quem é pobre, de quem sofre no corpo e no espírito, de quem passa necessidade”.
Os documentos dos bispos latino-americanos – em particular de Medellín e Puebla – falam da “necessidade de conversão de toda a Igreja para uma opção preferencial pelos pobres, em vista de sua libertação integral” (Puebla, n.1134).

Jesus fez a opção pelos pobres

Jesus cresceu no meio de uma realidade conflitante de exploração econômica, de convulsões sociais, de desintegração crescente das instituições e de explosões messiânicas. Desde o início de seu ministério público, Jesus rompe com o poder que escraviza, em sua tríplice dimensão – econômica, política e religiosa –, e assume a causa da libertação dos pobres, presos, cegos e oprimidos (Lc 4,18-19).
A parábola do samaritano solidário (Lc 10,25-37) ilustra bem a opção e a caminhada profética feita por Jesus, modelo para todos os que o seguem. Jesus contou a parábola do Bom Samaritano em resposta a um doutor da lei que lhe tinha perguntado: “Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna?”. Diante da preocupação do doutor da lei a respeito da “vida eterna”, Jesus indica o caminho que promove a vida sem exclusão já neste mundo. O centro da parábola é “um homem”, ícone de todas as pessoas em situações de necessidade. Um homem vítima de assalto, semimorto, abandonado. Jesus revela, nessa parábola, aguda percepção da realidade social. Denuncia o sistema de exclusão e subverte os valores estabelecidos pelos senhores do Templo, aqui representados pelo sacerdote e pelo levita. Ambos viram o homem abandonado e passaram adiante. Contrariamente age o samaritano, pertencente a um povo odiado pela elite religiosa judaica, idealizadora do sistema do puro e do impuro.
A parábola reflete a prática cotidiana de Jesus de Nazaré. Sua vida foi pautada por atitudes de amor e solidariedade, sensibilidade e carinho, acolhida e perdão, cuidado e indignação. Em todos os lugares, suas palavras e ações são portadoras de liberdade e vida para os possessos das ideologias dominantes, para os doentes, enfermos e excluídos (pobres, mulheres, pecadores, estrangeiros).
Há quem diga: Jesus não era nem de direita nem de esquerda, nem de cima nem de baixo… Seria ele um ser etéreo? Ele não fugiu do mundo, dos conflitos e exigências da época. Ele não fica a igual distância dos grupos. Ele participa e toma posição, e o faz a partir de um “lugar social” bem preciso, definindo-se diante da questão vital: a instauração de uma sociedade outra, diferente…

A Igreja fez a opção pelos pobres

O Concílio Vaticano II, por meio da Gaudium et Spes, formulou princípios orientadores para a missão da Igreja num mundo desigual e em transformação.
No fim do Concílio, 40 bispos latino-americanos prepararam e assinaram o “Pacto das Catacumbas da Igreja serva e pobre”: Procuraremos viver segundo o modo ordinário da nossa população, no que concerne à habitação, à alimentação, aos meios de locomoção e a tudo que daí se segue. Para sempre renunciamos à aparência e à realidade da riqueza, especialmente no traje, nas insígnias. Não possuiremos nem imóveis, nem móveis, nem conta em banco… em nosso próprio nome.
Medellín falou alto da temática eclesial da libertação e Puebla da opção preferencial pelos pobres, duas balizas das Comunidades Eclesiais de Base (Cebes). Assim como colaborou a “conversão” da Igreja latino-americana: a descentralização, o movimento do baixo para o alto e da periferia para o centro, enquanto a práxis milenar da Igreja é de cima para o baixo e do centro para a periferia.
Simplificando muito, poderíamos dizer que um grupo de vizinhos, geralmente pessoas das classes populares, decide se encontrar com espírito de fé, tendo também proximidade de consciência social: nasce uma CEB. Então determinantes são os encontros, que podem ser semanais ou quinzenais. Eles são na linha do chamado “círculo bíblico”.
Podemos colocar assim: nos encontros o grupo pega numa mão a Vida e na outra a Bíblia, confronta as duas e decide o que fazer. Em outras palavras: após a oração inicial, os participantes tomam conhecimento da realidade - de um problema existencial, através de dados ou de um fato - , em seguida eles procuram julgar ou iluminar a realidade à luz da Palavra de Deus e, por fim, decidem o que fazer. Em suma, a Realidade (a Vida da nossa sociedade) é projetada no espelho da Bíblia que nos traz a Vontade de Deus: se a Realidade não bate com a Vontade de Deus (com o Reino de Deus) precisa arregaçar as mangas, agir, mudar, transformar. É a hermenêutica do método ver-julgar-agir.
Peregrina neste mundo, a Igreja precisa ser discípula missionária do Senhor. Não distante, burocrática e sancionadora, mas evangélica, comunitária, participativa, realista e mística (CNBB, Doc 100, n. 37). A preocupação da justiça foi sempre presente na Igreja, embora às vezes fosse equivocada. É nesta preocupação que a Igreja desenvolveu sua Doutrina Social.
O papa Francisco nos diz: “A proposta é o Reino de Deus; trata-se de amar a Deus que reina no mundo. À medida que Ele conseguir reinar entre nós, a vida social será um espaço de fraternidade, justiça, paz, dignidade para todos” (EG 180).
Dizer “opção pelos pobres” não quer dizer “amar os pobres mais que os ricos”, mas “amar a todos, ricos incluídos, a partir dos pobres”. Jesus não usa duas linguagens, não faz duas propostas: com misericórdia, vai ao encontro de todos, oferecendo-lhes a oportunidade de um novo caminho: é a libertação de todos a partir dos pobres. Zaqueu toma consciência (Lc 19,1-10): enriquecera a custa do empobrecimento do povo. Ele se compromete a restituir o que roubou e Jesus lhe garante: “Hoje a salvação chegou a esta casa”.
O saudoso Dom Helder Câmara nunca se perguntou sobre a opção pelos pobres, porque, para ele, só havia essa opção. Essa era a opção do próprio Deus.


Pense nisso. Saúde e paz.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

O método “ver, julgar e agir” nunca foi tão importante





Em tempos conturbados como os de agora, é necessário ter cautela em nossas avaliações pessoais e políticas

O mês de maio marcou o 56º aniversário da adoção por parte da Igreja do método “Ver, Julgar e Agir”, como parte do ensino e prática sociais católicos. O Papa João XXIII reconheceu formalmente o método em sua encíclica Mater et Magistra publicada no dia 15 de maio de 1961. Foi o falecido cardeal Joseph Cardijn, fundador do movimento da Juventude Operária Cristã (JOC), que sugeriu ao Papa que publicasse uma encíclica para marcar o 70º aniversário da histórica encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII.
Em resposta, João XXIII pediu que Cardijn providenciasse um esboço das questões a serem abordadas na encíclica. Ele fez isso em um memorando de 20 páginas apresentado ao pontífice.
Quando a Mater et Magistra apareceu pouco mais de um ano depois, a encíclica observava que, “para levar a realizações concretas os princípios e as diretrizes sociais, passa-se ordinariamente por três fases” (n. 235). Primeiro, o “estudo da situação” concreta, escreveu o Papa. Em segundo lugar, a “apreciação da mesma à luz desses princípios e diretrizes”. Em terceiro, o “exame e determinação do que se pode e deve fazer para aplicar os princípios e as diretrizes à prática”.
Esses “são os três momentos que habitualmente se exprimem com as palavras seguintes: “Ver, Julgar e Agir”, continuava a encíclica.
Desde então, o método foi reconhecido e adotado por toda a Igreja, mas foi popularizado na América Latina, principalmente nos anos 1950, pela Conferência dos Bispos na América Latina e Caribe e entre as pastorais populares. Hoje é o método mais utilizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para os seus trabalhos pastorais. Consiste em um método prático de formação na ação, que nos tira do comodismo, nos levando a assumir compromissos na transformação da sociedade.
O método está ligado à maneira de ser Igreja, e ajuda no processo de pastoral de conjunto, fazendo Ver “como comunidade”, Julgar “como comunidade” e Agir “como comunidade”. A Igreja, sem se preocupar com suspeitas alarmistas valeu-se do método para expressar sua prática de fé, especificar sua missão e fazer uma profunda reflexão teológica. Isso demonstra que o método faz Ver com os olhos do Pai; Julgar coerentemente segundo os ensinamentos e exemplos do Filho e da comunidade; e Agir sob a influência do Espírito Santo. 
Este método ajuda a situar-se diante da realidade concreta; a confrontar a realidade com a Palavra de Deus; a encaminhar uma ação transformadora para melhorar, corrigir e até transformar uma realidade; a avaliar a caminhada e o engajamento de um grupo ou vários grupos; e a celebrar liturgicamente essa realidade.
Na Pastoral, esse método parte das reais necessidades das pessoas; clareia o conteúdo que se transmite; permite vincular a teoria à prática; envolve as pessoas, exigindo a participação nos encontros; dá vida e significado ao conteúdo (doutrina); alegra o ambiente, provocando a participação de todos; desenvolve a capacidade de observação e compromisso; ajuda a diminuir os gastos, o tempo e a aproveitar melhor os recursos; estimula a criatividade, o trabalho grupal e a corresponsabilidade; dá mais segurança diante dos desafios e barreiras; e evita a improvisação.
Mas é importante ressaltar que as etapas deste processo não acontecem separadamente. Uma etapa depende da outra para acontecer.
VER – A realidade humana é complexa, é um mistério que não acabamos de conhecê-la nunca, por isso convém aproximar-se dela com respeito, lembrando que a dignidade humana é o mais importante; o olhar crítico deve discernir as forças de vida e de morte que atuam na realidade observada. Mas não se trata de observar a realidade de modo passivo, trata-se de mergulhar na realidade, ou seja, inserir-se, encarnar-se, tendo como modelo Jesus Cristo, que encarnou-se, assumindo assim a vida humana, viveu a vida dos seres humanos sendo Deus, assumiu as nossas fraquezas, limitações e problemas, ajudando-nos a superá-las.
JULGAR – Tem o sentido de iluminar, criticar, de confrontar a realidade à luz da ótica cristã, exigindo fidelidade a Deus e aos irmãos. Trata-se de analisar as causas e consequências dos fatos observados; questionar criticamente o que se vê; discernir o que está a serviço da vida ou da morte. Mas se exige três importantes critérios para se Julgar de modo coerente: um bom conhecimento da realidade humana e social (ver); discernimento crítico à luz da fé; e intimidade com a Palavra de Deus (também uma leitura contextualizada, e não fundamentalista).
São também critérios importantes para a formação de opinião do Julgar um bom conhecimento da doutrina da Igreja, a escuta da Palavra de Deus que se revela no hoje dos acontecimentos da história (espiritualidade e mística), humildade (estar sempre disposto a aprender algo novo), capacidade de superar preconceitos e mudar de opinião, e reconhecer que não estamos sempre certos, estamos sempre nos aproximando da verdade, não somos donos dela.
De forma resumida, são três os pontos de apoio para uma boa formação de opinião sobre o Julgar: o bom senso, a Palavra de Deus na Bíblia e a Doutrina da Igreja.
AGIR – É o momento de encaminhar uma ação transformadora da realidade constatada e crítica da realidade ou situação. Quando falamos de Agir não se fala somente de fazer coisas, mas estamos falando de uma mudança de atitude diante da vida, ou seja, uma transformação pessoal e integral, atingindo todos os níveis da pessoa, causando consequências diretas e indiretas na sociedade, comprometendo não só os indivíduos isolados da sociedade, mas toda a comunidade eclesial.
O PÓS – O momento “pós” da metodologia vem a ser o Rever e Celebrar. O primeiro é um avaliar ou tomar consciência hoje do que fizemos ontem para melhorar o agir de amanhã. Essa é a etapa mais importante do método. E como cristãos, a Fé e a Vida são integradas, não se separam por isso o Celebrar, celebramos nossas vitórias conquistadas, fracassos, alegrias e tristezas, e nossa organização. Pois é celebrando a vida concreta que reconhecemos a presença do Deus libertador em nossa caminhada.
MOMENTO ATUAL – Diante do momento conturbado em que estamos a viver, não somente no Brasil, mas em todo o mundo, é preciso que os católicos se utilizem do método “Ver, Julgar e Agir” para conseguirem formar uma opinião mais apurada de tudo o que está a acontecer, na vida pessoal e no dia a dia, levando-se em conta que todos os atos que praticamos têm ações políticas.
A CNBB é uma boa referência e, ultimamente, vem divulgando várias notas sobre o momento atual vivido por nós brasileiros. Recentemente, no dia 19 do mês passado, divulgou a nota “Pela Ética na Política”, na qual faz uma análise sucinta das mais recentes denúncias. “Tais denúncias exigem rigorosa apuração, obedecendo-se sempre as garantias constitucionais. Apurados os fatos, os autores dos atos ilícitos devem ser responsabilizados”, diz trecho da nota.
Os bispos afirmam também ser importante a participação da sociedade na elucidação dos fatos. “A vigilância e a participação política das nossas comunidades, dos movimentos sociais e da sociedade, como um todo, muito podem contribuir para elucidação dos fatos e defesa da ética, da justiça e do bem comum”, reforça outro trecho da nota.
Aliás, a entidade máxima da igreja católica brasileira vem se posicionando de forma progressista em diversos assuntos da política nacional. Os bispos se colocam contra as reformas trabalhista e previdenciária do governo federal. “O debate sobre a Previdência e o Trabalho não pode ficar restrito a uma disputa ideológico-partidária, sujeito a influências de grupos dos mais diversos interesses. Quando isso acontece, quem perde sempre é a verdade. O diálogo sincero e fundamentado entre governo e sociedade deve ser buscado até a exaustão”, afirmam os representantes do episcopado brasileiro.
Sobre o momento atual, a nota da entidade usa a citação do Papa Francisco, onde o sumo pontífice afirma que “na vida pública, na política, se não houver a ética, uma ética de referimento, tudo é possível e tudo se pode fazer”. Por isso, dizem os bispos brasileiros, “é necessário que saídas para a atual crise respeitem e fortaleçam o Estado democrático de direito”. A CNBB mais uma vez traz uma visão lúcida e clara em favor da democracia e do respeito ao povo brasileiro.
Nós também temos que procurar informações, não só nas redes sociais (Facebook) ou sites que são partidários deste ou daquele setor, que na grande maioria das vezes só espalham mentiras que são compartilhadas por aquelas pessoas que não se dão nem ao trabalho de verificar a veracidade das notícias.
Precisamos analisar os fatos com responsabilidade e serenidade. Procurar fontes de informação que são mais confiáveis como aquelas que fazem parte da estrutura da nossa Igreja. É preciso ver com os olhos e mentes abertos, julgar com senso de justiça, e agir de forma a dar valor à ética acima de tudo. Não podemos ficar calados diante das denúncias de corrupção que atingem a todos os partidos e à grande maioria dos políticos.
Tem gente mais preocupada com a maneira que a economia vai reagir, sem se importar muito com o “modus operandi” da classe política, que rouba o dinheiro público na cara dura, apostando na impunidade ou na demora da Justiça em julgar os casos. A ética deve valer para todos, mas alguns preferem fechar os olhos desde que seus negócios estejam indo bem.
Neste momento use, sem restrições, o método “Ver, Julgar e Agir”.
Saúde e Paz.

FONTE BIBLIOGRÁFICA:


DONZELLINI, Mary (Coord.). O método ver-julgar-agir-rever-celebrar. Metodologia fé e vida caminham juntas em comunidade: subsídio de reflexão para a formação dos catequistas. 2. ed. São Paulo: PAULUS, 1998. (Caderno Catequético, v.9)

segunda-feira, 19 de março de 2012

São José, um exemplo de pai

No dia 19 de março vamos comemorar o Dia do Padroeiro de Rolândia, o Grande Mestre de Jesus

E agora, José? A pergunta deve ter ecoado na mente do carpinteiro, cuja noiva engravidara misteriosamente. O que fazer com aquela gravidez inexplicada? Ele pensa em cancelar o casamento e abandonar, sem alarde, a futura esposa. Mas a aparição de um anjo do Senhor em seus sonhos muda tudo e ele decide aceitar sua noiva, grávida do Espírito Santo. A partir desse momento, o Menino Jesus ganhou um pai – e que pai.

Mesmo sem pronunciar uma palavra sequer em todo o Novo Testamento, São José esteve presente em momentos importantes na vida do pequeno Jesus. Só para mencionar alguns, é ele quem lidera a ida a Belém, onde Maria dá à luz o filho em uma manjedoura, e cabe a ele também a responsabilidade de comandar a fuga da pequena família para o Egito, longe das ameaças do rei Herodes, que prometia acabar com a vida de todos os garotos de até 2 anos de idade.

Na realidade, há poucos dados históricos sobre esse homem que abraçou corajosamente a paternidade de Jesus. Não se sabe exatamente quem ele era, qual era sua idade ou quem era sua família. Ele é o mais silencioso e escondido de todos os santos.

José é um vocacionado: “...você lhe dará o nome de Jesus...” (Mt 1,21)

A simplicidade e a discrição de São José, porém, não impediram que ele se tornasse modelo de comportamento dentro e fora da Igreja. São José é um exemplo de fé, de castidade e, claro, de bom pai e chefe de família.

Ao falarmos São José, na realidade estamos falando, também de Deus, especialmente de Deus Pai - José é a personificação de Deus Pai. Isso faz com que toda a Santíssima Trindade venha até nós seja por meio do Filho (Jesus), Espírito Santo (Maria) ou do Pai (José). Há uma afinidade do Pai celeste a se encarnar no pai José. O Pai celeste é mistério abissal, trabalha criando o Universo e cuida de todos. Semelhantemente, São José não fala, é mistério, trabalha como carpinteiro e cuida de Maria e Jesus.

De acordo com estudiosos, a figura paterna de José ultrapassa seu simbolismo religioso, podendo servir como uma grande fonte de inspiração para os pais do século 21.

    José é uma testemunha: “...Esse homem não é o Filho do Carpinteiro?...” (Mt 13,55)

“O papel do pai é conferir segurança aos filhos, impor limites, ser um exemplo de capacidade de responder aos desafios. Ora, São José viveu todas essas dimensões de forma conseqüente e pode ser um inspirador de como devemos ser pais hoje”, diz o teólogo Leonardo Boff.

Mais que isso, o desempenho paterno de José romperia com o estereótipo do pai autoritário, mostrando um genitor mais gentil e afetuoso. “O arquétipo do pai está ligado à autoridade, às leis, ao que é certo ou errado”, afirma a psicóloga Eloísa Penna, diretora da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica. “Na mitologia cristã, esse arquétipo cabe a Deus. José é um pai mais suave, mais carinhoso. Ou seja, representa a paternidade que se espera hoje de um pai moderno: dar atenção, pegar no colo, ensinar.”

Nós não pudemos escolher nosso pai e nossa mãe. Mas, Jesus pôde. Isso porque, antes de ser gerado no seio da Virgem Maria, Ele já existia no seio do Pai Eterno. Quando chegou a hora de sua vinda para a salvação do mundo, que fora criado por meio dele, então, escolheu uma Mãe que lhe gerasse na carne, por obra do Espírito Santo, e um Pai que lhe fizesse na terra o lugar do Pai do Céu; escolheu o justo José.

José, o homem que colabora: “...Olhe, que seu pai e eu estávamos angustiados à sua procura...” (Lc 2,48)

Certamente, o Verbo escolheu a melhor Mulher e o melhor Homem disponíveis “na plenitude dos tempos” para serem seus pais. O melhor Filho teve o melhor Pai na terra.

José e Maria, através de seus exemplos de educadores do menino, mostram que a educação se faz com amor, exemplo, carinho, paciência, perseverança.

José viveu para Deus, para a Esposa e para o Menino. Anulou-se para servir ao Senhor. Sem dúvida, um exemplo de pai e de marido que deveria ser seguido por todos. Quem sabe assim teríamos menos problemas com violência, drogas e falta de respeito dentro das próprias famílias nos dias de hoje.

Obs: este artigo foi uma junção de textos do professor Felipe Aquino, teólogo e apresentador dos programas Escola da Fé e Trocando idéias, na TV Canção Nova (www.cancaonova.com) e de Marina Motomura da Revista das Religiões.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Jornalista lança livro sobre convivência entre pais e filhos


O jornalista Devaldo Gilini Junior está realizando o lançamento de seu primeiro livro – “A mãe, o filho e a corrente – Histórias sobre famílias” pelo Clube de Autores. A obra reúne textos publicados pelo jornal “O Farol”, informativo da Paróquia São José de Rolândia-PR, originalmente escritos para a coluna “Ponto de Vista”. São artigos sobre a vida em família, principalmente, a relação entre pais e filhos.
“Viver em família é difícil. Os relacionamentos pessoais são complicados. Pais e filhos não se entendem. Os jovens estão virando presas fáceis para as drogas. Casais não conseguem conviver em harmonia. A internet é um mal que está corrompendo nossos jovens. A família corre perigo todos os dias. Ninguém consegue controlar os estudantes que maltratam professores e transformam a escola em um inferno. Mas todas estas questões têm solução”, afirma o autor.
“Este livro é sobre estes e outros assuntos que interessam a toda a família. Ensina a conviver em harmonia, a entender seus pais e seus filhos. Não desanimar, aprender a usar as "ferramentas" que a própria vida nos dá e conquistar a plenitude familiar. Aprenda como viver bem com as pessoas que estão ao seu lado e ajude a salvar você e sua família antes que seja tarde demais. É um livro moderno, de fácil leitura e entendimento. São lições para toda a família. Espero que este seja o primeiro de uma série. Tenho outros, na mesma linha, já engatilhados, esperando a impressão”, explica o jornalista.

CONHEÇA O AUTOR
Devaldo Gilini Junior é Jornalista profissional desde 1986. Atua na mídia impressa, televisão e digital, em diversas funções, destacando-se como repórter, produtor e editor. Atualmente é jornalista do quadro efetivo da Câmara Municipal de Ibiporã e editor do blog “Sport Cars”, com atuação nas mídias sociais (twitter, orkut e facebook) e colunista da revista Real, publicação europeia em língua portuguesa.
Graduado pela Universidade Estadual de Londrina, tem especialização “Master em Jornalismo para Editores” pelo Centro de Extensão Universitária de São Paulo e Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra (Espanha).
Mantém, desde 2007, a coluna "Ponto de Vista" no jornal "O Farol", informativo da Paróquia São José, Rolândia - PR, onde escreve artigos, principalmente, sobre a família.

SERVIÇO:
A mãe, o filho e a corrente – Histórias sobre famílias
Devaldo Gilini Junior
Edição do Clube de Autores
Livro impresso – R$ 30,05
E-book – R$ 9,65
Vendas apenas pela internet:


segunda-feira, 9 de maio de 2011

O que é ser mãe?


Mamãe... Mamãe... Uma palavra gostosa de pronunciar, não é mesmo? Repitam comigo: Ma-mãe. Isso mesmo, mais uma vez, desta vez mais alto: Ma-mãe.
Vocês sabem o que significa ser mãe? Muitas aqui devem saber, com certeza. Mas eu não sei. Não sou mãe. E, infelizmente, nunca serei.
Ser mãe é padecer no paraíso? Eu não sei. Não sou mãe. E, infelizmente, nunca serei.
A dor do parto é a pior de todas? Eu não sei. Não sou mãe. E, infelizmente, nunca serei.
Amamentar um filho no peito é uma das melhores sensações do mundo? Eu não sei. Não sou mãe. E, infelizmente, nunca serei.
Quando o companheiro Antenor me convidou para fazer a homenagem ao Dia das Mães, nesta nossa reunião festiva, fiquei vários dias pensando no que dizer. Como vocês puderam perceber, eu não sou mãe. E, infelizmente, nunca serei.
Para mim, a palavra mamãe, com o perdão dos linguistas, é sinônimo de amor. E eu tenho bons exemplos disso, na minha própria família. Apesar de soar estranho, não tenho apenas uma mãe. Lógico que nasci de uma só, a minha mamãe Elza. Mas durante a vida vivi e convivi com outras mães que repartiram comigo o mais precioso ensinamento que uma mãe pode dar para um filho: a importância de uma família unida.
Minhas avós, Francisca, que já morreu, e Maria, que completou 97 anos, apesar de todas as dificuldades, sempre estiveram ao lado da família. Minha avó Chica criou dois netos como se fossem filhos para que eles não ficassem sem família. E a minha avó Maria cuidou de um sobrinho também demonstrando que família não é somente a biológica, mas tem um sentindo e uma importância muito mais abrangente.
Falam muito mal da sogra, tem um monte de piada sem graça. Mas esquecem que ela, a sogra, também é mãe. A minha, Alice dos Santos Félix, é uma mamãe com M maiúsculo, sempre disposta a ajudar em tudo.
Outra mãe que é um grande exemplo de amor pela família é a minha mulher, Lucimara Felix, a Lala, que há 23 anos cuida de mim e dos nossos filhos, João Paulo, Daniel e Mariana com amor incondicional.
Como disse no começo, não sou mãe. E, infelizmente, nunca serei. Mas através das minhas mamães aprendi e continuo aprendendo que ser mãe é um dom divino muito especial.
Mãe é enfermeira, motorista, juíza, faz a paz e a harmonia entre os filhos, ela alimenta, ajuda nas tarefas, os leva para todos os lados; em resumo, a mãe exerce várias funções, tem dupla, tripla jornada, todos os dias, não tem feriado, nem domingo. Educa virtudes que são as básicas, de solidariedade, de dedicação aos outros, de organização.
Que todas as mães entendam que, assim como Maria, são escolhidas por Deus; entendam que têm uma missão especial para desenvolver neste mundo; entendam a necessidade de conhecer a Deus e seus propósitos; e não deixem de sonhar – sonhar com uma vida melhor, mais justa; sonhar com o sucesso de seus filhos; sonhar com a vitória.
Lembre-se de ocupar seu espaço com humildade; de ser cuidadosa com os filhos, e também consigo mesma; se você falha às vezes, não se desespere, Maria também teve falha, o importante é querer acertar. Que Deus abençoe todas as mães do mundo. Muitas das quais sofrem tanto por causa de filhos rebeldes; mas que o Senhor as recompense por todo o esforço. 
Sou muito feliz pelas verdadeiras mamães que tenho, que lutam todos os dias para manter a família unida, não desanimam nunca, mesmo diante das piores adversidades e estão sempre prontas a ajudar.
Não sou mãe e nunca serei. Sou apenas um filho, um pai e, quem sabe, mas tarde, bem mais tarde eu assim espero, serei um avô. Mas, confesso, sem vocês, mamães, eu não seria nada, nem filho, nem pai, nem avô.
Por isso, mamães, eu as amo com toda a força do meu coração. Feliz dia das verdadeiras mamães, aquelas que velam para a família permanecer sempre unida e nunca abandonam seus filhos. Vocês são muito importantes em nossas vidas. Fiquem com Deus e com a Virgem Maria, Mãe de Jesus e Nossa Mãe.
Amém.

* Este texto foi redigido e lido pelo jornalista Devaldo Gilini Junior durante a homenagem ao Dias das Mães feita pelo Rotary Club de Rolândia.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pais, filhos e a Internet



Saiba como se comportar diante dos computadores

Não é raro ver crianças que ainda nem freqüentam a escola mas que já usam o computador com grande desenvoltura. A relação precoce com a tecnologia, no entanto, tem sido vista com reserva por alguns especialistas, pois é cada vez mais comum ver surgir uma garotada viciada na vida virtual. Os pais devem, então, proibir que seus filhos lidem com esse meio? É claro que não: ele também traz benefícios.

O radicalismo, na verdade, nunca é a melhor solução, mas é preciso ficar atento e fazer valer o bom senso. Usada do jeito certo, a tecnologia se transforma em aliada: alguns programas de computador, por exemplo, estimulam a coordenação motora fina (capacidade de usar de forma precisa pequenos músculos) e o raciocínio lógico das crianças. Além disso, na idade escolar, a internet pode atuar como grande fonte de conhecimento, ajudando nas pesquisas escolares e no desenvolvimento da habilidade da leitura e comunicação.

Mas se algumas experiências essenciais da infância estão sendo deixadas de lado, como brincar com o pé no chão, correr, jogar bola, cantar, conviver com outras crianças, enfim, deixar fluir a imaginação nos jogos de adivinha, mímica e tantos outros, o contato com a internet e os jogos eletrônicos deve ser brecado.

Quer dizer, se o seu filho prefere ficar horas no computador ou no videogame – seja falando com amigos virtuais nos comunicadores instantâneos, brincando com joguinhos eletrônicos que não ensinam nada ou navegando em páginas que nada acrescentam –, o sinal vermelho deve ser aceso.

Os pais devem sempre ter em mente que eles são os principais responsáveis pela educação dos filhos. Nesse sentido, eles não só podem como devem impor os limites que acham necessários. Além disso, é preciso acompanhar de perto o que o filho costuma fazer quando está navegando pela web.

Por isso, vale combinar com os filhos quais programas e páginas da internet podem ser acessados (privilegiando sempre o conteúdo educativo), assim como por quanto tempo. Especialistas recomendam que as crianças não fiquem mais de uma hora por dia no computador ou videogame. Além disso, é fundamental estimular as brincadeiras ao ar livre, a leitura e os jogos lúdicos. Brincar com os filhos também é um ótimo jeito de desligá-los do mundo virtual – e a criançada vai adorar!

De maneira geral, os pais devem sempre ficar atentos para garantir equilíbrio na vida da criança. Ou seja, se ela gosta de brincar no computador, também deve fazer questão de brincar no “mundo real”, principalmente realizando atividades físicas.

Mas se o seu filho passa o dia vidrado no videogame e navegando na internet, ficando até arisco quando você sugere que ele vá “tomar um ar puro”, já passou da hora de tomar medidas mais sérias. O caso é ainda mais sério quando a vida virtual afeta o rendimento escolar e as relações pessoais. Veja o que você pode fazer:

- É importante determinar o tempo em que o filho pode ficar online – e garantir que ele seja seguido à risca. Mas atenção: nada de proibir o mundo digital. Ele também faz parte da vida social da nova geração;

- Avalie seus próprios hábitos: os pais que passam tempo demais no computador devem lembrar que são exemplo para os filhos;

- Mantenha o computador na sala da casa e não no quarto do filho. Assim, será mais fácil ficar de olho no que a criança anda fazendo e quanto tempo ela fica por lá. Além disso, nunca deixe de conversar com as crianças e orientá-las sobre os riscos que pode ter ao fazer novas amizades virtuais;

- Estimule sempre o contato de seu filho com outras crianças e as brincadeiras em espaços livres.

Porém, se você perceber que essas medidas não estão adiantando e a criança está indo cada vez pior na escola e, no caso dos tímidos, a timidez ficando mais evidente, você pode procurar orientação profissional. O uso impulsivo do computador e videogame pode indicar outros problemas, como a depressão. Fique de olho!

*Artigo originalmente publicado no Informativo O Farol da Paróquia São José de Rolândia - PR em novembro de 2008

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Por que os brasileiros vão para o exterior




Vale mesmo a pena deixar família e amigos para 'tentar a sorte' em terras estranhas?


Durante muitas décadas, o Brasil foi visto como o "País das Oportunidades". Muita gente veio de fora para ganhar dinheiro em terras brasileiras e depois voltar ao país de origem, mas acabaram ficando. Houve uma atração muito grande de portugueses, italianos, espanhóis, japoneses e outras etnias. 
Hoje em dia, este fenômeno se repete ao contrário. Milhões de brasileiros deixam a terra natal para se aventurar no exterior em busca daquilo que não encontram por aqui. Calcula-se que cerca de quatro milhões ou mais de brasileiros foram tentar a vida no exterior nos últimos 20 anos. Alguns foram e jamais voltaram. Outros, por diversas razões, voltaram espontaneamente ou foram obrigados a retornar. Dos que voltaram, alguns ficaram no Brasil, mas muitos retornaram para o exterior porque não se acostumaram mais à vida brasileira. 
Os brasileiros vão em massa para os Estados Unidos e para a península ibérica. Além destes dois pontos, tem a emigração para o Japão, que é um caso particular e bastante problemático, fruto de várias desagregações familiares. Mas por que tantos brasileiros vão para o exterior? Será que isso é vantajoso? Vale mesmo a pena deixar família e amigos para se aventurar em terras estranhas?
Essas perguntas, logicamente, não têm uma única resposta. Os casos devem ser tratados individualmente, mas pesquisando em jornais e revistas é possível verificar que a economia se globalizou, os países estão muito mais próximos do que parecem, não geograficamente, mas virtualmente. Os computadores aproximaram os povos, a televisão ajuda a glamourizar a vida nos chamados países de primeiro mundo.
Os migrantes são peças destas engrenagens, buscam sobreviver nas frestas desta nova ordem mundial. Tendem a ir para os centros que os acolhem, interessados no que ganharão com isto. Vão porque ainda faltam empregos, salários dignos ou não se está de acordo com a ordem interna de seus países de origem. Existe gente que migra porque não possui meios de se profissionalizar e conseguir um emprego melhor. Normalmente, vão para o emprego precário no exterior, entretanto, ganhando bem mais que o mesmo tipo de emprego daria no seu país de origem. Mas, repito a pergunta: vale a pena?
Lógico que muita gente conhece um parente ou um amigo que se deu bem trabalhando no exterior, juntando dinheiro, montando seu próprio negócio, mas também conhecemos histórias de gente que sofreu muito lá fora, enfrentaram a discriminação, a guetificação e a saudade de seu país natal.
São anônimos de onde vieram e para onde vão. Acham que vale a pena, porque foram ensinados pela publicidade e pelos modernos valores sociais mundializados de que uma vida boa, só é bem-sucedida, com dinheiro no bolso. É o vil metal que procuram, porque sem ele, de onde vieram e onde estão, nada valem.
Apesar de buscarem o dinheiro, não podem usar os canais pelos quais ele circula. Trafegam como uma mercadoria especial – a carne humana – que, como no passado escravista continua sendo vendida no mercado internacional. A diferença é que não mais se vende – com algumas exceções – as pessoas, mas, sim suas forças de trabalho.
Tudo isto gera um fenômeno sociocultural e político novo, que alguns já denominaram como estado imigrante, composto pelos grupamentos de brasileiros espalhados pela face da Terra. Eles vêm buscando reconhecimento e alguma espécie de ajuda da pátria-mãe. Não devem ser abandonados porque fugiram do seu país. Tiveram razões de sobra para isto. Além do mais, têm o direito de ir e vir pelo mundo afora e de experimentar a vida por toda parte e tirar suas próprias conclusões.
Alguns conseguem ter uma vida boa. Outros são bem-sucedidos financeiramente, mas, paradoxalmente, reclamam que lhes falta algo que não conseguem compreender. Outros, talvez a maioria, no máximo conseguem algum dinheiro à custa de muito esforço e sofrimento. Muitos, nem isso, caindo em estado de desespero. Todos são brasileiros, mesmo que cidadãos do universo globalizado. Precisam superar diferenças, se abraçarem e se organizarem no exílio especial de nossos dias.
  
Publicado inicialmente no Informativo O Farol da Paróquia São José - Rolândia/PR em julho de 2008