sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pais, filhos e a Internet



Saiba como se comportar diante dos computadores

Não é raro ver crianças que ainda nem freqüentam a escola mas que já usam o computador com grande desenvoltura. A relação precoce com a tecnologia, no entanto, tem sido vista com reserva por alguns especialistas, pois é cada vez mais comum ver surgir uma garotada viciada na vida virtual. Os pais devem, então, proibir que seus filhos lidem com esse meio? É claro que não: ele também traz benefícios.

O radicalismo, na verdade, nunca é a melhor solução, mas é preciso ficar atento e fazer valer o bom senso. Usada do jeito certo, a tecnologia se transforma em aliada: alguns programas de computador, por exemplo, estimulam a coordenação motora fina (capacidade de usar de forma precisa pequenos músculos) e o raciocínio lógico das crianças. Além disso, na idade escolar, a internet pode atuar como grande fonte de conhecimento, ajudando nas pesquisas escolares e no desenvolvimento da habilidade da leitura e comunicação.

Mas se algumas experiências essenciais da infância estão sendo deixadas de lado, como brincar com o pé no chão, correr, jogar bola, cantar, conviver com outras crianças, enfim, deixar fluir a imaginação nos jogos de adivinha, mímica e tantos outros, o contato com a internet e os jogos eletrônicos deve ser brecado.

Quer dizer, se o seu filho prefere ficar horas no computador ou no videogame – seja falando com amigos virtuais nos comunicadores instantâneos, brincando com joguinhos eletrônicos que não ensinam nada ou navegando em páginas que nada acrescentam –, o sinal vermelho deve ser aceso.

Os pais devem sempre ter em mente que eles são os principais responsáveis pela educação dos filhos. Nesse sentido, eles não só podem como devem impor os limites que acham necessários. Além disso, é preciso acompanhar de perto o que o filho costuma fazer quando está navegando pela web.

Por isso, vale combinar com os filhos quais programas e páginas da internet podem ser acessados (privilegiando sempre o conteúdo educativo), assim como por quanto tempo. Especialistas recomendam que as crianças não fiquem mais de uma hora por dia no computador ou videogame. Além disso, é fundamental estimular as brincadeiras ao ar livre, a leitura e os jogos lúdicos. Brincar com os filhos também é um ótimo jeito de desligá-los do mundo virtual – e a criançada vai adorar!

De maneira geral, os pais devem sempre ficar atentos para garantir equilíbrio na vida da criança. Ou seja, se ela gosta de brincar no computador, também deve fazer questão de brincar no “mundo real”, principalmente realizando atividades físicas.

Mas se o seu filho passa o dia vidrado no videogame e navegando na internet, ficando até arisco quando você sugere que ele vá “tomar um ar puro”, já passou da hora de tomar medidas mais sérias. O caso é ainda mais sério quando a vida virtual afeta o rendimento escolar e as relações pessoais. Veja o que você pode fazer:

- É importante determinar o tempo em que o filho pode ficar online – e garantir que ele seja seguido à risca. Mas atenção: nada de proibir o mundo digital. Ele também faz parte da vida social da nova geração;

- Avalie seus próprios hábitos: os pais que passam tempo demais no computador devem lembrar que são exemplo para os filhos;

- Mantenha o computador na sala da casa e não no quarto do filho. Assim, será mais fácil ficar de olho no que a criança anda fazendo e quanto tempo ela fica por lá. Além disso, nunca deixe de conversar com as crianças e orientá-las sobre os riscos que pode ter ao fazer novas amizades virtuais;

- Estimule sempre o contato de seu filho com outras crianças e as brincadeiras em espaços livres.

Porém, se você perceber que essas medidas não estão adiantando e a criança está indo cada vez pior na escola e, no caso dos tímidos, a timidez ficando mais evidente, você pode procurar orientação profissional. O uso impulsivo do computador e videogame pode indicar outros problemas, como a depressão. Fique de olho!

*Artigo originalmente publicado no Informativo O Farol da Paróquia São José de Rolândia - PR em novembro de 2008