No dia 18 de abril comemora-se o “Dia do Amigo”, uma data importante para uma reflexão sobre o que é realmente ser um amigo de verdade 
Em tempos de Internet, onde proliferam os sites de relacionamento e muito internauta se vangloria de ter mais de mil amigos, é bom sabe que ninguém consegue abarcar tantos amigos sem falhar muito com a maioria deles. Além disso, o outro se interessa em virar seu “amigo” pois isso também aumenta a rede dele e ele então se torna mais sociável e bem quisto na rede mundial de computadores.
Quando a gente conversa com pessoas mais vividas, como nossos pais e avós, é comum ouvir a seguinte frase: “Dá para contar nos dedos de uma só mão quem são meus verdadeiros amigos”. Segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio, a palavra amizade significa: “Sentimento fiel de afeição, simpatia, estima ou ternura entre pessoas que geralmente não são ligadas por laços de família ou por atração sexual”.
A amizade, não se pode negar, é algo importante para a vida de qualquer pessoa independente da sua idade já que o ser humano sente necessidade natural de compartilhar sentimentos e idéias. E, quando isso acontece, aliado ao bom e velho calor humano, a amizade fica muito mais prazerosa e confiável. 
Mas não devemos também execrar a Internet. Afinal, os sites de relacionamento e de conversa instantânea, por exemplo, possibilitam que nasçam amizades que talvez não existissem sem esse canal. Seria praticamente impossível se relacionar com alguém do outro lado do mundo sem acesso a esta ferramenta.
Porém, é bom lembrar que o Orkut, por exemplo, traz uma noção distorcida dos relacionamentos e que pouco tem a ver com a amizade realmente.
Amigos fazem bem à alma, ao coração e à saúde física também. A amizade sincera e verdadeira pode ser o perfeito ponto de referência e segurança nos momentos difíceis, nos ajudando a enfrentar os mais variados desafios nos diferentes ciclos da vida. A amizade pede investimento, constância, cuidado e intimidade. A amizade precisa ser cultivada como uma plantinha. Caso contrário, ela morre. 
Mas é bom não confundir amigo com colega. Temos colegas de trabalho, de escola, de clube, de academia, por exemplo, que encontramos às vezes diariamente, mas nem por isso, temos uma qualidade de vínculo que possa caracterizar essa pessoa como “amiga”. Os colegas podem até saber muita coisa sobre nossas vidas porque convivem conosco, mas não são essas pessoas que tenderemos a procurar num momento de dor e alegria intensos. Amigos se importam de verdade com nossos sentimentos e em como vai nossa vida. 
O fato é que uma amizade de verdade é feita com muito amor, e o amor surge e se fortalece com base nas afinidades. Essa história de que os opostos se atraem pode servir para as paixões, que são rápidas e fugazes. Mas o amor e a amizade precisam de constância, de incremento, de cuidado. E quando não há afinidade, por que vamos querer manter aquele vínculo? Sem afinidade a presença forte e constante daquela pessoa na nossa vida perde o sentido, e não havendo sentido, não há porque manter o laço. 
A Internet não é por si só “boa” ou “má”. Ela é um canal de acesso a um mundo de oportunidades, e traz mais uma ou várias possibilidades para nos relacionarmos, conhecer pessoas, e manter contato  com diferentes povos, temas e assuntos que de outra forma não teríamos acesso. Dependendo de seu uso é que ela se tornará boa ou má, pois esse uso é que determinará as conseqüências, que poderão ser boas, más ou neutras na vida de uma pessoa. 
As salas de bate-papo e os sites de relacionamento são portas de entrada. Eles oferecem oportunidade de conhecermos pessoas diferentes, dos mais diversos lugares do mundo. Principalmente para os mais tímidos, que têm medo de se expor, a  Internet é de grande ajuda. Mas se o relacionamento só fica na sala ou no site, dificilmente ele irá durar ao longo do tempo. 
Por isso, falar em amizade de verdade nesse tipo de ambiente, é quase impossível. O Orkut, como tantos outros sites de relacionamento e chats, serve para aplacar a dor da solidão. O grande problema é que todos esses artifícios, como o próprio nome diz, só servem de muleta para que a pessoa não se dê conta de sua imensa tristeza e vazio interior, e não enfrente seus medos na busca de uma amizade ou relação amorosa de verdade.
* Publicado originalmente no Informativo "O Farol" da Paróquia São José - Rolândia/PR - Abril de 2008

 
 

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